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Planejamento matrimonial: o que discutir antes de casar

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A maioria das pessoas acredita que advogados só são necessários quando problemas acontecem. Mas, se consultados na época certa, esses profissionais podem evitar que tais problemas venham a ocorrer ou, ao menos, minimizar o impacto, adiantando possíveis soluções.

Uma boa situação para exemplificar esse papel é o pré casamento. Normalmente os noivos estão muito empolgados com o início da vida a dois, e acabam ignorando alguns temas importantes, sendo a discussão de muitos deles considerada um tabu.

Destacamos 03 pilares exemplificativos para a organização do casal:

  • Planejamento econômico
  • Planejamento educacional/profissional
  • Planejamento familiar

 

A seguir, trazemos algumas perguntas provocativas, começando pela vida financeira.

  • Qual será o regime de bens? (clique aqui para saber mais) Um regime será adotado até o eventual nascimento dos filhos e outro depois? Será um regime misto?
  • Os dois trabalharão? Como serão arcadas as despesas do lar – proporcional aos salários, apenas por um, alimentação por um/habitação por outro etc;
  • Qual a prioridade de gastos de cada um e do casal – viagens, casa própria, diarista, educação, veículos, planejamento previdenciário?
  • Haverá investimentos em conjunto? Arcados em qual proporção por cada um?

 

Em relação ao planejamento educacional/profissional:

  • Quais os projetos profissionais-educacionais de cada cônjuge a médio e a longo prazo?
  • Será de forma pública ou privada?
  • Qual porcentagem da renda será destinada a isso?
  • O outro precisará contribuir de forma diferente enquanto esse projeto é realizado? Acham necessária alguma forma de compensação posteriormente?

 

Já no que tange ao planejamento familiar:

  • Pretendem ter filho(s)?
  • Como seria a educação?
  • Há filhos anteriores ao casamento? Existe desejo de reconhecer socioafetividade (vínculo paterno/materno pelo afeto, passando a criança a ter o padrasto/madrasta também como pai/mãe)?
  • Qual a melhor forma de divisão das tarefas domésticas?
  • Há animais de estimação ou desejo de adotar/comprar? Em caso de eventual divórcio, como fica a custódia e despesas com o(s) bicho(s)?

 

É possível que o casal também discuta cláusulas para um eventual divórcio no futuro, estipulando:

  • Um prazo de reflexão do “fim” à propositura da ação;
  • Submissão a certo número sessões de mediação ou constelação familiar;
  • Havendo litígio, cláusulas específicas para o processo como
    • Distribuição diversa do ônus da prova
    • Rearranjo de prazos processuais

 

Por nossa tradição jurídica, as questões ligadas a regime de bens são tratadas em pacto antenupcial (clique aqui para saber mais). Hoje em dia se defende que é possível abordar também outros temas patrimoniais, além de evoluirmos para incluir pontos de cunho pessoal.

Mas tão importante quanto esse aspecto é o fato de o casal discutir os assuntos, descobrir afinidades e divergências, e pensar como deseja se portar diante deles.

Por fim, embora pareça óbvio, vale lembrar que pessoas, planos e vontades mudam. Assim, o documento elaborado pelo casal dificilmente irá cobrir todos os possíveis problemas. Mas, como dito antes, o mais importante já foi feito – a abertura de um diálogo transparente, maduro e sincero, ainda que para abordar questões sensíveis. Nada mais correto a ser feito com a pessoa que escolheu para compartilhar a vida, certo?

Se estiver passando por essa situação, busque auxílio de uma advogada especialista em Direito de Família.

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